“Morro de medo de ovos, pior do que morrer de medo, eles me revoltam. Aquela coisa branca arredondada sem nenhum buraco. Você já viu algo mais revoltante de que uma gema de ovo quebrando e derramando seu líquido amarelo? O sangue é alegre, vermelho. Mas a gema do ovo é amarela, revoltante. Eu nunca a provei” Alfred Hitchcock
Se Interlúdio era o indício de que Hitchcock havia atingido a sua maturidade cinematográfica e confirmando a sua alcunha de Mestre do Suspense, foi Festim Diabólico que solidificou permanentemente essa posto. Depois deste filme, o cineasta ainda realizaria alguns filmes ruins, é verdade, mas, quando acertava a mão (o que era bem mais frequente a partir desse ponto), entregava-nos uma verdadeira obra-prima, uma produção que não só era um excelente suspense, mas também uma produção de extrema importância para a evolução do cinema contemporâneo.
Este filme foi considerado um desafio para Hitchcock por diversos motivos. O primeiro foi que ele seria o filme inicial da sua produtora, a Transatlantic Films, fundada em conjunto com Sidney Bernstein. Hitch já havia produzido filmes antes (como Um Barco e Nove Destinos e Interlúdio), mas essa seria a primeira vez que o diretor teria total liberdade, já que não precisava dar satisfações a ninguém, nem mesmo a um estúdio. O segundo aspecto é que seria o primeiro filme a cores do Mestre. Mas nada se compara à grande inovação pretendida pelo cineasta neste filme: filmar toda a história como um plano-sequência apenas, ou seja, sem que a câmera parasse de gravar durante toda a sua duração. Continue lendo »